O prefeito da cidade de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, Evilásio Cavalcante, disse que o suposto esquema de corrupção formado por pessoas que cobravam propina em troca do cancelamento de dívidas com a prefeitura, como IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano ) e ISS (Imposto Sobre Serviços) fez a prefeitura dispensar e afastar servidores.

A declaração foi dada na tarde desta quarta-feira (4), depois que três vereadores suspeitos de envolvimento no esquema foram presos nesta terça-feira (3).

– No setor do rapaz [que foi preso no dia 18 de março] – que era a ponta do iceberg -, por precaução, exoneramos todos que trabalhavam lá e os concursados foram afastados. Os que forem citados no relatório da polícia, iremos abrir um processo administrativo.

Ainda segundo Cavalcante, as investigações deste caso começaram há mais de um mês quando foi armado um esquema da prefeitura para conseguir “pegar o autor com a boca na botija”.

– A nossa investigação começou quando um servidor identificou as baixas no sistema de dívida ativa. Armamos um esquema e conseguimos prender o servidor [Marcio Renato Carra]. Logo depois, entregamos tudo à polícia e eles ficaram á frente da investigação.

Por causa desse esquema, de acordo com Cavalcante, a prefeitura “teria perdido” cerca de R$ 1 milhão só neste ano.

Na tarde desta quarta-feira, o delegado responsável pelo caso, Raul Godoy Neto, realiza diligências nesta tarde a fim de prender outras três pessoas que já são consideradas foragidas porque tiveram a prisão decretadas.

Já na manhã desta quarta-feira, outras três pessoas também foram detidas.

Lucro do grupo

De acordo com a polícia de Taboão da Serra, o grupo do esquema exigia 30% do valor devido aos cofres públicos para retirar o nome do devedor do cadastro e sumir com as informações sobre a dívida. Só neste ano, a polícia encontrou indícios de que o bando teria recebido propinas no valor de R$ 1 milhão.

A polícia ainda disse que cerca de 200 pessoas foram beneficiadas pelo esquema de corrupção na Prefeitura da cidade, entre eles empresários e parentes de parlamentares.

Fonte: R7