A Câmara Municipal de guia Taboão da Serra deve votar nesta terça-feira, dia 13, a criação de uma taxa para o financiamento do Corpo de Bombeiros na cidade. Apenas indústrias, comércios e prestadores de serviços irão arcar com os custos. Caso seja aprovada, o quartel deverá ser instalado ainda neste ano na cidade.

De acordo com o capitão Vitorino, do Corpo de Bombeiros, a expectativa é que o quartel de Taboão da Serra tenha 30 homens divididos em três turnos, uma viatura de Resgate e uma de combate a incêndios. A princípio o batalhão irá funcionar em um prédio alugado na estrada Benedito Cesário de Loiveira, até a construção da sede no São Judas.
“O custo do aluguel do quartel está sendo dividido entre diversas indústrias da cidade e assim que a taxa for aprovada, a corporação poderá ser instalado ainda neste ano”, afirmou o Capitão Vitorino, durante audiência na Câmara Municipal de Taboão da Serra. Segundo ele, é uma política que o Corpo de Bombeiros não se instala mais em nenhuma cidade sem a contrapartida do município. “A taxa foi a forma mais transparente encontrada para viabilizar essa instalação”.

O capitão do Corpo de Bombeiros disse que o custo para a manutenção do Corpo de Bombeiro gira em torno de R$ 800 mil por ano. “É isso que a gente espera arrecadar para manter a corporação. A taxa de Taboão da Serra será uma das mais baixas da região, devido ao grande número de indústrias e de comércios”, lembrou.

Favoráveis

Na audiência pública realizada na última sexta-feira, dia 9, as três entidades representando o comércio e a indústria se mostraram favoráveis a criação da taxa. A Associação das Indústrias da região (AISSP) e o Ciesp foram mais incisivos e pediram aos vereadores presentes o apoio na votação do projeto.

Para Ronald Perfila, representante do Ciesp, apesar de ser um custo a mais para a indústria, a oportunidade de implantação do Corpo de Bombeiros deve ser aproveitada. “Faço um apelo, não podemos perder essa oportunidade, devemos todos nos unir para que conseguir a implantação”.

Ronald ainda disse que algumas indústrias, como o caso da Novartis, existe uma brigada bem treinada de incêndio, mas mesmo assim o Corpo de Bombeiros é fundamental. “Não estou falando apenas em nome da indústria, mas também pelo lado social, o Corpo de Bombeiros atende em um acidente, crianças engasgadas, enchentes e até o extremo de um incêndio”.

Já Alcides Santos, da Aissp, disse que muitas indústrias também irão encontrar dificuldade par ao pagamento, mas essa é uma taxa que eles irão pagar com prazer. “A gente sabe que o Corpo de Bombeiros é muito importante para o município, não só para a indústria, mas também para a população de Taboão da Serra”.

José Batista, presidente da Associação Comercial e Empresarial, disse que muitos comércios irão encontrar dificuldade para o pagamento da taxa , principalmente para os pequenos comerciantes. “Sabemos que será um ônus a mais, mas nós da ACE vamos lutar pela implantação, é muito importante para o município”.

Custo

A taxa será cobrada de acordo com o tamanho da área construída do local onde funciona a empresa. Comércios irão pagar 60 centavos por metro quadrado, a indústria irá pagar 50 centavos e os prestadores de serviço, 40 centavos. Um comércio que funciona em um prédio de 100 metros quadrados, por exemplo, irá pagar R$ 60 por ano de taxa do Corpo de Bombeiros.

O projeto que deve ser votado nesta sexta-feira na Câmara Municipal ainda pode sofrer algumas alterações, como por exemplo a previsão de um reajuste, proposta pelo vereador Alexandre Depieri e também a isenção de alguns comércios que funcionem em locais com metragens baixas, que ainda deve ser definido pela Câmara.

Apoio

Os vereadores que participaram da audiência pública se mostraram favoráveis a implantação do Corpo de Bombeiros, mas foram reticentes com a criação da taxa. O vereador Cido, por exemplo, ponderou que a criação de taxa irá onerar ainda mais o comerciante. “Sabemos que a indústria tem um poder maior de absorver essa taxa, mas o pequeno comerciante terá dificuldade para arcar com mais esse ônus”.

A audiência foi presidida pelo vereador Ronaldo Onishi, presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Casa de Leis. “Para o município será uma importante conquista, fizemos essa audiência para debater com a sociedade civil, com os industriais e com os comerciantes a melhor forma da implantação da taxa”, disse Onishi.

“A população não irá pagar a taxa, apenas indústrias, comércios e prestadores de serviços”, lembrou o vereador Onishi. Na terça-feira, as comissões de Redação e Justiça, Segurança, e Finanças e Orçamento irão se reunir antes da sessão para dar os pareceres em conjunto.

Já a vereadora Fausta, disse que apesar da cobrança da taxa, o benefício para a cidade é bem maior. “Tenho certeza que os empresários da nossa cidade não irão dizer não para o Corpo de Bombeiros, apesar da taxa anual que será cobrada”, afirmou.

Participaram da audiência pública os vereadores Ronaldo Onishi, presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, Alexandre Depieri, presidente da Comissão de Redação e Justiça, Cido e Wagner Eckstein e Fausta Leite. Alcides Santos, vice-presidente da Associação das Indústrias da Região Sudoeste de São Paulo (Aissp), José Batista, presidente da Associação Comercial e Empresarial e Ronald Perfila, representante da Ciesp, também participaram do encontro. O Capitão William Martins Vitorino e o Coronel Jolan, além de 20 soldados, também prestigiaram a reunião.

Fonte: O Taboanense