Taboão da Serra viveu uma noite de terror nesta segunda-feira, dia 29. Criminosos ligados a uma facção criminosa ordenaram que diversos comércios fechassem, caso contrário seriam alvos de ataques. Bares, pizzarias, escolas e academias obedeceram o toque de recolher. A polícia bloqueou a avenida Jovina de Carvalho Dáu, impedindo o acesso a delegacia.

Segundo informações o toque de recolher seria uma retaliação a ação feita durante todo o dia pela Polícia Militar na favela de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo. Um dos líderes da facção criminosa, que teria o comando em Taboão da Serra, foi preso na Operação Saturação. Os criminosos passaram de moto ordenando que os comércios baixassem as portas.

A reportagem presenciou três bares, na região central, fechando por volta das 22h após o boato tomar conta da região. “Aqui ninguém falou nada, mas a gente prefere não arriscar. O movimento está bem abaixo do normal, não vamos ficar aqui vacilando”, disse um proprietário.

As ruas no Centro de Taboão da Serra estavam vazias por volta das 22h. No Pq. Pinheiros, também ninguém circulava, poucos carros cruzavam a avenida Paulo Ayres. Na avenida Laurita Ortega Mari, uma viatura com três policiais passou em alta velocidade em direção ao CSU. A cidade ficou deserta.

Um leitor do Portal, que terá sua identidade preservada, disse que na escola Professora Neusa Demétrio, no Mituzi, poucos alunos foram para as aulas e muitos foram embora antes do início. “O clima é de terror, ninguém quer ficar na rua”, descreveu.

No Facebook, um morador da rua Ernesto Capelari descreveu o clima na região central. “Esta é a rua da delegacia, famosa pelos seus bares. Está tudo fechado, bares, quadra, ninguém na rua. Nem carro passa. A rua está interditada com medo de ataques na delegacia. A situação tá preta”.

As redes sociais serviram para espalhar ainda mais o clima de medo e insegurança. Dezenas e dezenas de moradores repercutiram o toque de recolher. O jornalista David da Silva, em seu Blog, Bar e Lanches Taboão, relata que comerciante do Pazini abaixaram as portas e por volta das 18h uma comerciante da Avenida Antonio Oliveira Salazar, no extremo oposto da cidade, disse, por fone celular, que estava encerrando seu expediente por receio.

Crimes

A onda de crimes atribuídas a facção criminosa contra Policiais começaram em Santos e na baixada santista. Porém, na madrugada do dia 9 de outubro, um PM foi morto dentro de posto de combustível na estrada Kizaemon Takeuti, no Pirajuçara, que desencadeou outros oito homicídios na mesma noite em Taboão da Serra e Embu das Artes.

Após o assassinato do policial, em menos de duas horas, seis pessoas foram executadas. Duas das vítimas foram mortas na rua João Antônio da Fonseca, no Pq. Pinheiros, próximo ao CSU. A polícia não soube precisar quantos tiros foram disparados, mas moradores relataram que “foi um banho de sangue”.

Na rua Tereza Montez Sanches, no Jardim Mituzi, um homem, aparentando 20 anos, foi morto a tiros e pendurado no portão de uma residência. A imagem chocou os moradores. No Jd. Clementino, homens encapuzados desceram de um carro e atiraram contra três pessoas na rua Nicolau Gentili, também próximo ao CSU. Uma das vítimas morreu na hora outros dois estão hospitalizados.

No Jd. São Judas, outras duas pessoas foram mortas com tiros na rua Sati Nakamura. Outras duas pessoas foram mortas na cidade Embu das Artes, a poucos quilômetros da divisa com Taboão da Serra.

Fonte: O Taboanense